Não foi sem razão que Manuel Bandeira procurou suavizar os versos, de maneira que pudessem ser ditos quase como se fossem prosa. Ele sabia que o estilo declamatório não ia dar certo, em virtude da inexperiência dos nossos atores, do qual, obviamente, não são culpados. Ziembinski, podendo conduzir seus intérpretes de barco, teimou em atirá-los ao mar, embora ciente de que não sabiam nadar. E o resultado foi o único possível: afogam-se todos num oceano de declaração bombástica, de artificialismo
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1 AULA PRÁTICA II LITERATURA PARA O ENEM (Enem 98) A discussão sobre gramática na classe está "quente". Será que os brasileiros sabem gramática? A professora de Português propõe para debate o seguinte texto: PRA MIM BRINCAR Não há nada mais gostoso do que o mim sujeito de verbo no infinito. Pra mim brincar. As cariocas que não sabem gramática falam assim. Todos os brasileiros deviam de querer falar como as cariocas que não sabem gramática. - As palavras mais feias da língua portuguesa são quiçá, alhures e miúde. (BANDEIRA, Manuel. "Seleta em prosa e verso". Org: Emanuel de Moraes. 4 ed. Rio de Janeiro, José Olympio, Pág.19) Com a orientação da professora e após o debate sobre o texto de Manuel Bandeira, os alunos chegaram à seguinte conclusão: a) Uma das propostas mais ousadas do Modernismo foi a busca da identidade do povo brasileiro e o registro, no texto literário, da diversidade das falas brasileiras. b) Apesar de os modernistas registrarem as falas regionais do Brasil, ainda foram preconceituosos em relação às cariocas. c) A tradição dos valores portugueses foi a pauta temática do movimento modernista. d) Manuel Bandeira e os modernistas brasileiros exaltaram em seus textos o primitivismo da nação brasileira. e) Manuel Bandeira considera a diversidade dos falares brasileiros uma agressão à Língua Portuguesa. 2. (Enem 2000) O uso do pronome átono no início das frases é destacado por um poeta e por um gramático nos textos a seguir. PRONOMINAIS Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro (ANDRADE, Oswald de. "Seleção de textos." São Paulo: Nova Cultural, 1988) "Iniciar a frase com pronome átono só é lícito na conversação familiar, despreocupada, ou na língua escrita quando se deseja reproduzir a fala dos personagens (.. )." (CEGALLA, Domingos Paschoal. "Novíssima gramática da língua portuguesa." São Paulo: Nacional, 1980) Comparando a explicação dada pelos autores sobre essa regra, pode-se afirmar que ambos: a) condenam essa regra gramatical. b) acreditam que apenas os esclarecidos sabem essa regra. c) criticam a presença de regras na gramática. d) afirmam que não há regras para uso de pronomes. e) relativizam essa regra gramatical. 3. (Enem 2000) "Precisa-se nacionais sem nacionalismo, (...) movido pelo presente mas estalando naquele cio racial que só as tradições maduram! (...). Precisa-se gentes com bastante meiguice no sentimento, bastante força na peitaria, bastante paciência no entusiasmo e sobretudos, oh! sobretudo bastante vergonha na cara! (...) Enfim: precisa-se brasileiros! Assim está escrito no anúncio vistoso de cores desesperadas pintado sobre o corpo do nosso Brasil, camaradas." (Jornal "A Noite", São Paulo, 18/12/1925 apud LOPES, Telê Porto Ancona. "Mário de Andrade: ramais e caminho" São Paulo: Duas Cidades, 1972) No trecho acima, Mário de Andrade dá forma a um dos itens do ideário modernista, que é o de firmar a feição de uma língua mais autêntica, "brasileira", ao expressar-se numa variante de linguagem popular identificada pela(o): a) escolha de palavras como cio, peitaria, vergonha. b) emprego da pontuação. c) repetição do adjetivo bastante. d) concordância empregada em ASSIM ESTÁ ESCRITO. e) escolha de construção do tipo PRECISA-SE GENTES.
4 10. (Enem 2004) Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer Porque sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura... (Alberto Caeiro) A tira "Hagar" e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com linguagens diferentes, uma mesma idéia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, essencialmente, a) pelo alcance de cada cultura. b) pela capacidade visual do observador. c) pelo senso de humor de cada um. d) pela idade do observador. e) pela altura do ponto de observação. 11. (Enem 2005) As dimensões continentais do Brasil são objeto de reflexões expressas em diferentes linguagens. Esse tema aparece no seguinte poema: "(...) Que importa que uns falem mole descansado Que os cariocas arranhem os erres na garganta Que os capixabas e paroaras escancarem as [vogais?] Que tem se o quinhentos réis meridional Vira cinco tostões do Rio pro Norte? Junto formamos este assombro de misérias e [grandezas], Brasil, nome de vegetal! (...)" (Mário de Andrade. "Poesias completas". 6 ed. São Paulo: Martins Editora, 1980.) O texto poético ora reproduzido trata das diferenças brasileiras no âmbito a) étnico e religioso. b) lingüístico e econômico. c) racial e folclórico. d) histórico e geográfico. e) literário e popular. TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES. (Enem 2005) Leia estes poemas. Texto 1 - AUTO-RETRATO Provinciano que nunca soube Escolher bem uma gravata; Pernambucano a quem repugna A faca do pernambucano; Poeta ruim que na arte da prosa Envelheceu na infância da arte, E até mesmo escrevendo crônicas Ficou cronista de província; Arquiteto falhado, músico Falhado (engoliu um dia Um piano, mas o teclado Ficou de fora); sem família, Religião ou filosofia; Mal tendo a inquietação de espírito Que vem do sobrenatural, E em matéria de profissão Um tísico* profissional. (Manuel Bandeira. "Poesia completa e prosa". Rio de Janeiro: Aguilar, p. 395.) (*) tísico = tuberculoso
6 O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não. Graciliano Ramos. "Vidas Secas". 91 ed. Rio de Janeiro: Record, No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho: a) "Não se conformou: devia haver engano" (ref. 1). b) "e Fabiano perdeu os estribos" (ref. 2). c) "Passar a vida inteira assim no toco" (ref. 3). d) "entregando o que era dele de mão beijada!" (ref. 4). e) "Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou" (ref. 5). 16. (Enem 2006) NAMORADOS O rapaz chegou-se para junto da moça e disse: - Antônia, ainda não me acostumei com o seu [corpo, com a sua cara. A moça olhou de lado e esperou. - Você não sabe quando a gente é criança e de [repente vê uma lagarta listrada? A moça se lembrava: - A gente fica olhando... A meninice brincou de novo nos olhos dela. O rapaz prosseguiu com muita doçura: - Antônia, você parece uma lagarta listrada. A moça arregalou os olhos, fez exclamações. O rapaz concluiu: - Antônia, você é engraçada! Você parece louca. Manuel Bandeira. "Poesia completa & prosa". Rio de Janeiro: Nova Aguilar, No poema de Bandeira, importante representante da poesia modernista, destaca-se como característica da escola literária dessa época a) a reiteração de palavras como recurso de construção de rimas ricas. b) a utilização expressiva da linguagem falada em situações do cotidiano. c) a criativa simetria de versos para reproduzir o ritmo do tema abordado. d) a escolha do tema do amor romântico, caracterizador do estilo literário dessa época. e) o recurso ao diálogo, gênero discursivo típico do Realismo. 17. (Enem 2006) ERRO DE PORTUGUÊS Quando o português chegou Debaixo de uma bruta chuva Vestiu o índio Que pena! Fosse uma manhã de Sol O índio tinha despido O português. Oswald de Andrade. "Poesias reunidas". Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, O primitivismo observável no poema anterior, de Oswald de Andrade, caracteriza de forma marcante a) o regionalismo do Nordeste. b) o concretismo paulista. c) a poesia Pau-Brasil. d) o simbolismo pré-modernista. e) o tropicalismo baiano.
9 21. (ENEM-2010) Quincas Borba mal podia encobrir a satisfação do triunfo. Tinha uma asa de frango no prato, etrincava-a com filosófica serenidade. Eu fiz-lhe ainda algumas objeções, mas tão frouxas, que elenão gastou muito tempo em destruí-las. Para entender bem o meu sistema, concluiu ele, importa não esquecer nunca o princípiouniversal, repartido e resumido em cada homem. Olha: a guerra, que parece uma calamidade, éuma operação conveniente, como se disséssemos o estalar dos dedos de Humanitas; a fome (eele chupava filosoficamente a asa do frango), a fome é uma prova a que Humanitas submete aprópria víscera. Mas eu não quero outro documento da sublimidade do meu sistema, senão estemesmo frango. Nutriu-se de milho, que foi plantado por um africano, suponhamos, importadode Angola. Nasceu esse africano, cresceu, foi vendido; um navio o trouxe, um navio construídode madeira cortada no mato por dez ou doze homens, levado por velas, que oito ou dez homensteceram, sem contar a cordoalha e outras partes do aparelho náutico. Assim, este frango, que eu almocei agora mesmo, é o resultado de uma multidão de esforços e lutas, executadas com oúnico fim de dar mate ao meu apetite. ASSIS, M. Memórias póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Civilização Brasiliense, A filosofia de Quincas Borba a Humanitas - contém princípios que, conforme a explanação do personagem, consideram a cooperação entre as pessoas uma forma de: a) lutar pelo bem da coletividade. b) atender a interesses pessoais. c) erradicar a desigualdade social. d) minimizar as diferenças individuais. e) estabelecer vínculos sociais profundos. 22. (UFV-MG) Leia as seguintes observações sobre a estética parnasiana: I- O poeta parnasiano pretende ser um artesão, um ourives que molda friamente o seu verso. Tal atitude de objetividade levou-o a preferir temas distantes no tempo. No aspecto formal, sua meta era a perfeição, tendo sido o soneto a forma de composição predominante. II-O Parnasianismo legou-nos, em sua produção em poesia e prosa, obras cuja temática é sentimental e amorosa. A mulher surge como a Musa inspiradora de versos ternos e afetivos, em meio à paisagem brasileira com sua natureza típica e exuberante. III-No Parnasianismo, a atitude de contenção emotiva do poeta e a busca obsessiva da perfeição na métrica e nas rimas era tal, que em um poema do modernista Manuel Bandeira, este fora comparado ao sapo tanoeiro, numa crítica à arte pela arte. Assinale agora a alternativa CORRETA: A)Apenas a afirmativa I é verdadeira. B)Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras. C)Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras. D)Apenas a afirmativa II é verdadeira. E)Apenas a afirmativa III é verdadeira. 23. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito do Simbolismo: a) Utiliza o valor sugestivo da música e da cor. b) Dá ênfase à imaginação e à fantasia. c) Procura a representação da realidade do subconsciente. d) É uma atitude objetiva, em oposição ao subjetivismo dos parnasianos. e) No Brasil, produziu, entre outras, a poesia de Cruz e Sousa e, em Portugal, a de Antônio Nobre.
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